RESÍDUOS SÓLIDOS

O QUE SÃO RESÍDUOS SÓLIDOS?

Os resíduos sólidos são materiais derivados das atividades humanas que são descartados, passíveis de serem aproveitados de forma direta ou indireta para alguma outra finalidade.

Quando dispostos de forma inadequada, os resíduos sólidos favorecem a proliferação de vetores que transmitem doenças infecciosas como:

  • Ratos: transmitem a leptospirose, peste bubônica e tifo murino;
  • Cães e gatos: transmitem toxoplasmose;
  • Mosquitos: transmitem a dengue, febre amarela, amebíase, entre outras doenças.

Além disso, são encontrados fungos, vírus, helmintos, bactérias, entre outros microrganismos patogênicos.

O QUE SÃO REJEITOS?

O rejeito é um tipo de resíduo sólido que, quando esgotadas as possibilidades de reaproveitamento, tratamento ou reciclagem, não apresenta alternativa a não ser a disposição final adequada.

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A NBR 10.004/2004 classifica os resíduos sólidos quanto à periculosidade que eles podem proporcionar ao meio ambiente e à saúde pública, adotando os critérios de: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenecidade.  

  1. Resíduos classe I - Perigosos: São os resíduos que apresentam periculosidade devido as suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, ou possuem um dos critérios de periculosidade, ou constem nos anexos A ou B da Norma.
  2. Resíduos classe II – Não perigosos
  • Resíduos classe II A – Não inertes: São os resíduos que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes, nos termos da Norma. Os resíduos da classe II A podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
  • Resíduos classe II B – Inertes: São aqueles que os seus constituintes não são solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da Norma.

A Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, traz uma outra classificação para os resíduos sólidos, classificando-os quanto à:

Origem

  • Resíduos domiciliares: Os originários de atividades domésticas em residências urbanas.

  • Resíduos de limpeza urbana: Os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana.

  • Resíduos sólidos urbanos: São os resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza urbana.

  • Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: Os gerados nessas atividades com exceção dos resíduos de limpeza urbana, resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, resíduos dos serviços de saúde, resíduos da construção civil e resíduos dos serviços de transporte.

  • Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: Os gerados nessas atividades, exceto os resíduos sólidos urbanos.

  • Resíduos industriais: Os gerados nos processos produtivos e instalações industriais.

  • Resíduos de serviços de saúde: Os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente) e do SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária).

  • Resíduos da construção civil: Os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis.

  • Resíduos agrossilvopastoris: Os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades.

  • Resíduos de serviços de transportes: Os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira.

  • Resíduos de mineração: Os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios.

 

Periculosidade

  • Resíduos perigosos: Aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica.

  • Resíduos não perigosos: Aqueles não enquadrados nos resíduos perigosos.

GESTÃO E GERENCIAMENTO

O QUE É GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS?

A gestão dos resíduos sólidos é definida como sendo o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções relacionadas aos resíduos.

O QUE É GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS?

O gerenciamento dos resíduos sólidos é o conjunto de ações voltadas para a minimização da geração de resíduos visando a adequada coleta, o transporte, a separação, o tratamento e disposição final ambientalmente correta dos resíduos gerados.

Segundo a Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, na gestão  e  no gerenciamento,  deve  ser  observada  a  seguinte  ordem  de prioridade: 

  1. Não geração;
  2. Redução;
  3. Reutilização;
  4. Reciclagem;
  5. Tratamento dos resíduos sólidos;
  6. Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

RESPONSABILIDADE

QUEM É O RESPONSÁVEL PELO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS?

A responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos deve ser implementada de forma individualizada e encadeada, devendo englobar: 

                                              

Confira na quadro abaixo quem é o responsável por cada tipo de resíduo.

LIMPEZA URBANA

O QUE É LIMPEZA URBANA?

Segundo a Lei Federal 11.445, de 5 de janeiro de 2007, limpeza urbana é o conjunto de serviços que visam a manutenção da limpeza pública. Os serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos são formados pelo conjunto de infra-estruturas e atividades de:

  • Coleta, transbordo e transporte dos resíduos domésticos e dos resíduos originários da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
  • Triagem para fins de reuso ou reciclagem, de tratamento, inclusive por compostagem, e de disposição final dos resíduos domésticos e dos resíduos originários da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
  • Varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros eventuais serviços pertinentes à limpeza pública urbana.

COLETA E TRANSPORTE

O serviço de coleta e transporte de resíduos domiciliares consiste na retirada dos resíduos depositados nas vias e logradouros públicos, originados das residências, estabelecimentos públicos, comerciais, institucionais e de prestação de serviços, para posterior disposição final em local ambientalmente adequado.

O transporte dos resíduos sólidos deve ser realizado utilizando-se equipamento adequado, de acordo com as regulamentações pertinentes, devendo o resíduo está acondicionado de forma adequada e protegido das adversidades durante o seu transporte.

TIPOS DE COLETA

A NBR 13.463/1995 classifica a coleta de resíduos sólidos em:

Coleta regular

Nesse tipo de coleta estão incluídas:

  • Coleta domiciliar: Coleta regular dos resíduos domiciliares, formados por resíduos gerados em residências, estabelecimentos comerciais, industriais, públicos e de prestação de serviços, cujos volumes e características sejam compatíveis com a legislação municipal vigente (NBR 12.980/1993).
  • Coleta de resíduos de feira, praias e calçadões;
  • Coleta de varredura;
  • Coleta de resíduos dos serviços de saúde, que pelas características do veículo coletor classifica-se em hospitalar e ambulatorial;
  • Coleta de resíduos com riscos à saúde.

Coleta especial

Coleta destinada a remover e transportar resíduos especiais não recolhidos pela coleta regular, em virtude de suas características próprias, tais como: origem, volume, peso e quantidade. Enquadram-se neste caso: móveis velhos, monturos, restos de limpeza e de podação de canteiros, praças e jardins, entulhos, animais mortos de pequeno, médio e grande porte e similares (NBR 12.980/1993).

Coleta seletiva 

Coleta que remove os resíduos previamente separados pelo gerador, tais como: papéis, latas, vidros e outros (NBR 12.980/1993).

Coleta particular

Coleta de qualquer tipo de resíduo sólido urbano pela qual pessoas físicas ou empresas, individualmente ou em grupos limitados, executam-na ou pagam a terceiros para executá-la (NBR 12.980/1993).

Nesse tipo de coleta estão incluídas:

  • Coleta de resíduos industriais;
  • Coleta de resíduos comerciais;
  • Coleta em condomínios.

TIPOS DE VEÍCULOS COLETORES

Os veículos coletores devem apresentar algumas características para o melhor transporte dos resíduos domiciliares como: não permitir o derramamento dos resíduos e do chorume ao longo do percurso, possuir carregamento traseiro e apresentar descarga rápida dos resíduos no seu local de destino, entre outras.

  • Caminhão Baú ou Prefeitura (caminhão sem compactação): Nesse tipo de veículo os resíduos são acondicionados de forma que não fiquem expostos e não sejam derramados nas vias públicas. É o veículo utilizado na coleta seletiva.

  • Caminhão Compactador: O caminhão compactador é destinado ao transporte dos resíduos domiciliares, públicos e comerciais. Possuem um dispositivo de compactação localizado na parte traseira do caminhão e são capazes de transportar grandes quantidades de resíduos.

  • Veículo com guindaste: Destinado ao recolhimento de resíduos em postos de entrega voluntária ou coleta de podas.

COLETA SELETIVA

O QUE É COLETA SELETIVA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS?

A coleta seletiva corresponde a coleta de resíduos sólidos que podem ser reciclados ou reutilizados, previamente separados conforme a sua composição.

O programa de coleta seletiva faz parte de um sistema de gerenciamento integrado de resíduos, podendo ser implantado nos municípios, bairros, residências, escolas, entre outros estabelecimentos, onde os serviços de limpeza pública devem fazer parte do processo para obtenção de melhores resultados.

Nos municípios, as prefeituras são responsáveis pela implantação do sistema de coleta seletiva, de forma integrada ao Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRS).

De acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE) existem três metodologias pelas quais a coleta seletiva pode ser realizada:

Segregação total na fonte

A separação é feita pelo gerador que acondiciona os resíduos recicláveis de forma separada. Geralmente os resíduos são separados em secos (plástico, papel, vidro, etc.) e úmidos (resíduos orgânicos).

Separação em centrais de triagem

A separação dos resíduos recicláveis é feita em centrais de triagem de forma manual, automática ou semi-automática.

Coleta multisseletiva

É a coleta seletiva dos diversos tipos de resíduos recicláveis de forma simultânea, com a separação dos diferentes tipos na fonte geradora. Pode ser aplicada tanto ao sistema voluntário quanto ao porta a porta.

Ainda de acordo com a CEMPRE, a coleta seletiva pode ser realizada através de quatro diferentes modelos:

Coleta seletiva porta a porta

Nesse tipo de coleta seletiva, os veículos coletores passam pelas residências em dias e horários diferentes da coleta normal. Os moradores depositam os resíduos recicláveis, acondicionados de forma distinta, nas calçadas.

Coleta seletiva voluntária

Utilizam-se pequenos depósitos ou contêineres localizados em pontos fixos, onde são depositados os materiais recicláveis. Os materiais são depositados em recipientes que possuem cores específicas padronizadas pela Resolução CONAMA 275, de 25 de abril de 2001.

Postos de recebimento ou troca

Os postos de troca são caracterizados pela troca dos resíduos por algum bem ou benefício, podendo ser alimento, desconto, vale-transporte, entre outros.

Catadores

A coleta dos resíduos recicláveis é feita através de associações e cooperativas de catadores.

CATADORES

QUEM SÃO OS CATADORES?

Os catadores são trabalhadores que recolhem os resíduos sólidos recicláveis e reutilizáveis, retirando dos resíduos o seu sustento, promovendo a reciclagem e permitindo o retorno dos resíduos à cadeia produtiva.

O trabalho desenvolvido pelos catadores ajuda a diminuir os gastos públicos com o sistema de limpeza pública cuja responsabilidade é, por lei, do governo local. Os catadores podem trabalhar de forma autônoma, em associações ou em cooperativas, em conjunto com outros catadores.

Catador autônomo

Esse tipo de catador trabalha de forma independente, recolhendo os resíduos recicláveis e revendendo-os diretamente para as empresas que irão utilizar os materiais como matérias-primas ou atravessadores.

Catador associado

É o catador ligado a uma associação de catadores. A associação presta serviços de fins lucrativos, buscando a promoção do bem-estar social e defendendo os interesses da classe.

Catador cooperado

É o catador ligado a uma cooperativa de catadores.  A finalidade de uma cooperativa de catadores é essencialmente econômica, atuando de forma a viabilizar o negócio produtivo dos cooperados junto ao mercado.

Apesar de exercerem um papel importante na sociedade, os catadores são constantemente desprestigiados sendo confundidos com marginais ou simplesmente sendo ignorados pela maioria das pessoas. As cooperativas de catadores exercem um papel fundamental nesse sentido: funcionam como uma empresa, melhorando as condições de trabalho e remuneração dos catadores.

RECICLAGEM

O QUE É RECICLAGEM?

Segundo a Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, a reciclagem é um processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente) e, se couber, do SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária) e do Suasa (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária).

É um processo utilizado como alternativa no tratamento ou na redução dos resíduos sólidos urbanos que traz grandes benefícios como o aumento da vida útil dos aterros sanitários, economia de matérias-primas não renováveis e de energia nos processos produtivos, diminuição dos impactos ambientais e geração de empregos diretos e indiretos.

MATERIAIS QUE PODEM SER RECICLADOS

Materiais mais comuns

Metais

Definição

O metal é um material durável, maleável e de grande resistência mecânica. São classificados em dois grupos: ferrosos (composto basicamente pelo ferro e pelo aço) e não ferrosos (alumínio, níquel, zinco, entre outros).

Reciclagem

O metal é um material que pode ser reciclado diversas vezes sem que haja perda das suas qualidades, podendo ser transformado em outros produtos. A reciclagem dos metais começa na coleta seletiva, com a separação do material. Em seguida, os metais são separados de acordo com as suas características, dessa forma, alumínio, aço e outros metais passam por processos de reciclagem diferentes.

  • Aço: O aço derivado de automóveis e de edificações é triturado através de máquinas e, após a classificação, a sucata de aço é derretida e refinada novamente em bobinas ou folhas de aço, podendo ser utilizadas na produção de materiais de construção.
  • Alumínio: o alumínio derivado das latinhas é o mais reciclado. Inicialmente as latinhas são trituradas e passam por um equipamento que retira qualquer pedaço de aço contido no material triturado. Em seguida, o material é encaminhado para fornos de fusão onde a tinta e outros produtos químicos são removidos. O material fundido geralmente recebe a forma de lingotes, sendo encaminhados para uma laminadora para serem formadas bobinas, podendo ser transformada em novas latas de alumínio.

Metais recicláveis – latas, tampas em geral (de refrigerantes, de cervejas, etc.), grampos, tubo de pasta dental, entre outros.

Metais não recicláveis – latas enferrujadas, esponjas de aço, entre outros.

Ciclo do metal

Fonte: Minas sem lixões.

 

Papel

Composição

O papel é um material composto por fibras de celulose entrelaçadas que garantem a sua resistência.

Reciclagem

A reciclagem do papel representa uma importante economia de energia e água que são utilizados no processo de fabricação, além de evitar a derrubada de árvores. O processo de reciclagem do papel começa na coleta do material pelos catadores de resíduos recicláveis e reutilizáveis. O material coletado é separado por tipo (papelão, jornal, revistas, entre outros) e entregue aos aparistas que preparam o material para ser processado pelas fábricas de reciclagem transformando-o em fardos. Ao chegarem às fábricas os fardos são triturados com água para que as suas fibras sejam separadas. Em seguida, o material passa por um processo de centrifugação para que sejam retiradas as impurezas.  São adicionados produtos químicos para retirar a tinta e clarear o material, resultando em uma massa de celulose que poderá receber celulose virgem, dependendo da qualidade do papel que se deseja produzir. Após essa etapa, a massa de celulose é prensada e seca para formar o papel pronto que será utilizado no consumo.

Papeis recicláveis – papelão, revistas, jornais, entre outros.

Papeis não recicláveis – papel higiênico, papel laminado/plastificado, papel carbono, entre outros.

Ciclo do papel

Plástico

Composição 

É um tipo de polímero sintético constituído principalmente por petróleo e gás natural com características semelhantes às características das resinas naturais encontradas em árvores e plantas.

O plástico é um dos produtos mais utilizados pela sociedade e, quando descartado em local inadequado, pode trazer sérios danos ambientais, sendo a reciclagem uma ferramenta primordial para o tratamento desse resíduo. O plástico reciclado tem praticamente todas as características do plástico comum.

Reciclagem

A reciclagem do plástico consiste basicamente em três etapas: coleta e separação do resíduo, de acordo com o tipo; revalorização, processo que faz com que o material volte a ser matéria prima; e transformação, fase em que a matéria prima volta a ser produto.

Existem três tipos de reciclagem do plástico que geram diferentes tipos de produtos e benefícios.

  • Reciclagem Mecânica: é o método mais utilizado e consiste em transformar diversos tipos de plástico em pequenos grânulos, podendo ser utilizados na formação de novos materiais, como os sacos de lixo.
  • Reciclagem Química: é um método mais elaborado e consiste no reprocessamento do plástico, transformando-o em materiais petroquímicos básicos, podendo ser utilizado como matéria-prima na fabricação de produtos com alta qualidade.
  • Reciclagem energética: nesse tipo de reciclagem, o plástico é transformado em energia térmica e elétrica, através da incineração do material, aproveitando o poder calorífico armazenado nele. Através desse tipo de reciclagem, o plástico pode ser aproveitado como combustível.

No que o plástico reciclado se transforma?

Plásticos recicláveis – embalagens em geral (detergente, xampu, etc.), sacos em geral (de arroz, de feijão, etc.), potes, entre outros.

Plásticos não recicláveis – fraldas descartáveis, cabos de panela, tomada, entre outros.

Pneus

Composição

É composto por borracha natural, borracha sintética, aço, negro de fumo, óxido de zinco, enxofre, entre outros produtos químicos.

Os pneus ocupam um grande espaço nos aterros sanitários e podem levar anos para serem decompostos. A reciclagem desse material é uma alternativa para esse problema.

Reciclagem

O processo de reciclagem dos pneus usados é feito da seguinte forma: os pneus são cortados em tiras, purificados, moídos e desvulcanizados. O material obtido pode ser refinado, podendo ser utilizado para fabricar tapetes para automóveis, rodos domésticos, entre outros produtos.

Vidro

Composição

É composto essencialmente por sílica, sódio e sucata de vidro adicionada pra auxiliar a fusão. Os vidros coloridos são produzidos adicionando-se à composição corantes.

O vidro é um material inerte, ou seja, não se desfaz e não se degrada no meio ambiente. Por outro lado, ocupa um grande espaço nos aterros sanitários, diminuindo a vida útil dos mesmos. Uma solução para o problema é a reciclagem desse material. O vidro reciclado possui quase todas as características do vidro comum, podendo ser reciclado inúmeras vezes sem que haja perda de sua qualidade.

Reciclagem

O processo de reciclagem do vidro começa com a sua separação através da coleta seletiva. Em seguida, os vidros coletados são separados de acordo com a sua cor (verde, azul, etc.) e com o seu tipo (vidros de copos, liso, etc.). O material separado é então lavado para retirada de impurezas e triturado em forma de cacos, sendo então encaminhados para fornos onde serão aquecidos e fundidos. Após o processo, o material resultante pode ser moldado em forma de copos, garrafas, entre outros, voltando ao mercado.

Vidros recicláveis – garrafas, frascos de remédios e perfumes, potes de produtos alimentícios, entre outros.

Vidros não recicláveis – espelhos, vidros de janela, de automóveis, cristais, recipientes de vidro temperado, entre outros.

Ciclo do vidro

Orgânicos

O resíduo orgânico é o resíduo de origem vegetal ou animal que deve ser separado dos resíduos recicláveis e dos reutilizáveis para evitar a contaminação dos mesmos. O destino desse tipo de resíduo é em aterro sanitário, podendo também ser utilizado no processo de compostagem, dando origem a um composto orgânico rico em húmus e nutrientes minerais.

Outros materiais

Agrotóxicos (embalagens)

Impactos ao meio ambiente e à saúde

Os resíduos dos agrotóxicos representam um grande risco ao meio ambiente e à saúde da população pois são materiais tóxicos. A exposição pode provocar desde dores de cabeça e mal-estar a anomalias e câncer.

O descarte inadequado das embalagens usadas de agrotóxicos pode contaminar os corpos d’água e o solo.

Reciclagem

A Lei Federal 9.974, de 6 de junho de 2000, institui a responsabilidade correta da destinação final das embalagens usadas para o agricultor, o fabricante e o revendedor. O processo de descontaminação e reciclagem funciona da seguinte forma: após a utilização do agrotóxico, o agricultor deve fazer a tríplice lavagem da embalagem e perfurá-la para evitar a reutilização. Em seguida, o agricultor deve se dirigir ao posto de entrega das embalagens, determinado na nota fiscal do produto. É de responsabilidade do fabricante recolher as embalagens. Se estiverem limpas, as embalagens são encaminhadas para a reciclagem, caso não estejam, são encaminhadas para a incineração. Com a reciclagem, as embalagens são transformadas em novos produtos como tubos para construção civil ou voltam a ser outra embalagem de agrotóxico.

 

Construção civil

Definição

Os resíduos da construção civil são aqueles gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos.

Classificação

A Resolução CONAMA 307, de 5 de julho de 2002, classifica os resíduos da construção civil em:

Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

  • De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
  • De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
  • De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.

Classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso.

Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação.

Classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.

Destinação

A Resolução CONAMA 307, de 5 de julho de 2002, estabelece a destinação final dos resíduos de acordo com a sua classe.

Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros.

Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.

Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.

Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.

Gesso

O gesso é um material bastante utilizado na construção civil e a falta de gerenciamento no setor faz com que os seus resíduos sejam descartados de forma incorreta podendo contaminar o meio ambiente. A reciclagem desse material traz benefícios não só ao meio ambiente como também aos geradores de resíduos da construção civil e a economia. O reaproveitamento do gesso é possível desde que o mesmo seja armazenado separadamente. Atualmente existem três formas de reaproveitamento desse material: na indústria cimenteira, sendo utilizado como retardante de pego do cimento; no setor agrícola, onde é utilizado como corretivo de solos ácidos e na indústria de transformação do gesso, podendo ser reincorporado em seus processos de produção.

Ciclo do gesso

Fonte: Ministério do Meio Ambiente.

Eletroeletrônicos

Definição

Os eletroeletrônicos são equipamentos como os celulares e as baterias que já atingiram a sua vida útil e se tornaram obsoletos sendo submetidos ao descarte.

Impactos ao meio ambiente e à saúde

Os eletroeletrônicos são compostos, em sua grande maioria, por metais pesados como o mercúrio, o chumbo e o cádmio. Os metais pesados são elementos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, pois possuem efeito acumulativo podendo contaminar o solo, a água e o ar e provocar diversas doenças.

Reciclagem

A reciclagem dos resíduos eletroeletrônicos evita a contaminação do meio ambiente por metais pesados e possibilita o retorno de matérias-primas, evitando a degradação ambiental na extração de novos materiais.

O processo da reciclagem começa com a coleta desses resíduos. Em seguida, o resíduo coletado é desmontando e as peças são separadas por componente. Após a separação, as peças são processadas para se tornarem matéria-prima novamente, podendo voltar ao mercado.

Embalagens longa vida

Definição

A embalagem longa vida, também chamada de embalagem cartonada, é um produto composto por três tipos de materiais: plástico, alumínio e papel.

Reciclagem

O processo de reciclagem das embalagens longa vida é iniciado com a separação do papel dos demais compostos. As embalagens são colocadas em um processador à base de água e o papel é extraído em forma de fibras. O papel separado é encaminhado para as fábricas de reciclagem. O plástico e o alumínio não separados podem ser encaminhados para outras fábricas que os utilizam na fabricação de telhas ou podem ser separados através da utilização do plasma.  O processo consiste na introdução do material não separado em um reator de plasma térmico, onde o plasma é lançado sobre o material durante alguns minutos atingindo temperaturas médias de 15.000 C°. O alumínio é derretido pelo plasma e recuperado em forma de lingotes. Já o plástico tem suas cadeias moleculares quebradas, evapora e condensa, sendo transformado em parafina.

Isopor

Definição

O isopor é um tipo de plástico composto basicamente de plástico (2%) e ar (98%) que pode ser utilizado para diferentes fins, como na conservação de alimentos, nas embalagens domésticas, na construção civil como isolante elétrico, entre outros.

É um material que possui baixa biodegradabilidade levando vários anos para ser decomposto na natureza e ocupando muito espaço nos locais de disposição. Por não saberem onde fazer a disposição do isopor, muitas pessoas e empresas acabam por queimá-lo, gerando gases que contribuem para o aquecimento global. A reciclagem do isopor é uma alternativa encontrada para evitar a queima indevida do material.

Reciclagem

O processo da reciclagem do isopor segue as seguintes etapas: inicialmente o isopor é quebrado em pedaços menores. O material quebrado é submetido a altas temperaturas e ao atrito para ser aglutinado. Em seguida, o isopor é exposto novamente a altas temperaturas para que possa ser derretido, para ser homogeneizado e transformado em flertes. Após o resfriamento e a secagem, os flertes são direcionados para um equipamento que os transforma em grânulos, estando pronto para ser utilizado. Outra forma de reciclagem do isopor é na fabricação de termoblocos que é um bloco pré-moldado a base de cimento, areia e isopor. É um produto ecologicamente correto que proporciona um isolamento acústico e aumento do conforto térmico.

Lâmpadas fluorescentes

Definição

São lâmpadas que possuem melhor desempenho, vida útil maior e consumo menor de energia elétrica.

Impactos ao meio ambiente e à saúde

As lâmpadas fluorescentes contêm em seu interior mercúrio que é um metal pesado bastante tóxico. O mercúrio contido em uma única lâmpada não é capaz de gerar grandes impactos ao homem e ao meio ambiente. Entretanto, o descarte de uma grande quantidade desse material pode contaminar o lençol freático e o solo, tornando-os impróprio para uso.

Reciclagem

O processo de reciclagem das lâmpadas fluorescentes consiste na separação dos terminais (são os componentes de alumínio, soquetes plásticos e estruturas metálicas), do vidro (corpo da lâmpada), do pó fosfórico (pó branco contido em seu interior) e o mercúrio, que será recuperado em seu estado líquido elementar. Todo o processo ocorre através de equipamentos especiais e em ambiente controlado para que não ocorra fuga de vapores tóxicos que possam contaminar o ambiente e as pessoas.

Óleo de cozinha

Impactos ao meio ambiente

O óleo de cozinha usado é bastante prejudicial ao meio ambiente devido a sua difícil degradabilidade e grande poder de contaminação. Quando despejado na pia, o óleo pode entupir o encanamento e apenas um litro de óleo pode contaminar cerca de 20 mil litros de água.

Reciclagem

Existem algumas alternativas para evitar o seu descarte na rede de esgoto, podendo ser utilizado na fabricação de sabão, detergentes e até mesmo no biodiesel.

Fluxograma do processo de reciclagem do óleo de cozinha usado:

Óleo lubrificante

Definição

O óleo lubrificante é um produto derivado do petróleo bastante utilizado por veículos e máquinas industriais.

Impactos ao meio ambiente e à saúde

O óleo lubrificante é um produto perigoso e tóxico, capaz de trazer riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Apenas um litro de óleo usado é capaz de esgotar o oxigênio de um milhão de litros de água, fazendo com que a fotossíntese das plantas seja impedida devido a formação de uma camada na superfície da água que bloqueia a passagem de ar e luz.

Reciclagem

A reciclagem desse produto é uma alternativa para evitar a geração de riscos, transformando o resíduo em insumo destinado a outros processos produtivos. A Resolução CONAMA 362, de 23 de junho de 2005, considera que o rerrefino é o método ambientalmente mais seguro para a reciclagem de óleo lubrificante usado ou contaminado, sendo a melhor alternativa para a gestão ambiental desse tipo de resíduo. O processo de rerrefino consiste na remoção de contaminantes, produtos de degradação e aditivos dos oléos lubrificantes usados ou contaminados, dando-lhe as mesmas características de óleos básicos, conforme legislação específica.

DICAS

 COMO FAZER COMPOSTAGEM EM CASA?

A compostagem é um processo de reciclagem da matéria orgânica dando origem a um composto rico em nutrientes que pode ser utilizado como adubo em hortas e jardins. O processo é relativamente simples e pode ser feito em casa.

Os materiais mais utilizados na compostagem são: cascas, sementes, talos, penas, cinzas, serragem, folhas, entre outros resíduos.

O processo pode ser realizado de três formas: colocando os resíduos em pilhas, enterrados ou em recipientes, indicado para quem não tem um espaço ao ar livre. A compostagem em recipientes é a mais indicada para apartamentos e para casas que não possuem quintal.

Passo a passo para fazer compostagem em casa:

  1. Escolha um local preferencialmente coberto e arejado, como a cozinha, pois os resíduos serão transportados regularmente para a composteira (recipiente da compostagem).
  2. Analise a quantidade de resíduos que você gera na sua casa, observando quantos dias a lixeira leva para estar completa visando escolher o recipiente adequado para comportar os seus resíduos.
  3. Utilize baldes de plásticos, caixas de madeira ou galões de água para ser a sua composteira. No mercado já existem caixas de três andares para serem utilizadas nesse processo.
  4. Deposite os resíduos orgânicos, cortando-os no menor tamanho possível para acelerar a decomposição do material, na composteira e cubra-os completamente com matéria vegetal seca (serragem, folhas, grama ou palha). Mantenha o recipiente fechado, para evitar insetos e mau cheiro.
  5. Faça furos no fundo do recipiente para que o líquido eliminado pelos resíduos orgânicos decompostos possa sair. Quando diluído, o  liquido também pode ser utilizado como adubo.
  6. Deixe o composto descansar por aproximadamente 15 dias. Depois desse tempo, revire o material uma vez por semana.
  7. A duração do processo pode variar de acordo com a quantidade de resíduos depositados. Quando o composto estiver com a aparência de terra fresca, o que leva cerca de 45 a 90 dias, poderá ser utilizado como adubo.