Plano de resíduos sólidos tornaria atividade atraente


Fonte: Gazeta Web

19/04/2015 11h17

Os 18 catadores da Cooperativa dos Recicladores de Lixo Urbano de Maceió (Cooplum), situada no bairro de Jacarecica, também sonham com mais apoio para ter melhor remuneração pelos plásticos, papelões e vidros coletados em centenas de pontos da capital para repasse aos intermediários.
“A gente coleta de segunda a sábado. Todas as tardes, fazemos a separação dos resíduos para revenda aos atravessadores”, comenta Maria da Silva, líder de outros 17 catadores. Eles também se queixam do rendimento reduzido com a venda dos resíduos coletados na capital.
A média mensal de recicláveis da Cooplum é de 30 toneladas, a mesma da Coopvila. O volume poderia até ser maior, segundo a presidente Maria da Silva, caso os cooperados dispusessem de maior infraestrutura para coleta. “Atualmente, a gente conta com dois caminhões cedidos pela prefeitura”, diz.
Infelizmente, não é o bastante. O repasse do quilo de papelão a R$ 0,14 e do quilo de garrafa pet por R$ 0,90 também não garante rendimento superior ao salário mínimo. Cada catador percebe entre R$ 450,00 e R$ 500,00 mensais, em média. “Isso quando a gente consegue vender tudo o que cata”.
A legião de cidadãos dependentes do descarte da sociedade para sustentar suas famílias poderia elevar seus rendimentos sem maiores dificuldades caso houvesse sólido plano de coletiva seletiva na capital. “Atualmente, não há!”, enfatiza Ana Lúcia Ferraz, coordenadora do projeto Reciclar e Educar, da Coopvila.

O pouco que os catadores das cooperativas faturam, lembra, é resultado do esforço deles próprios, e não do poder público, que raramente desenvolve alguma ação de conscientização. “Na prática, os catadores cumprem um papel que poderia ser plenamente desenvolvido pela municipalidade”.
Ela defende a implantação da política adotada por prefeituras de municípios do Sul e do Sudeste. Nesses locais, catadores passaram a ter apoio financeiro público para atuar na coleta e seleção de produtos recicláveis. 
Atualmente, são três as cooperativas promovendo a separação e comercialização de resíduos recicláveis em Maceió: Coopvila, Cooplum e Cooprel (Cooperativa de Recicladores de Alagoas). Esta fica no bairro de Antares, e conta com apoio direto da Prefeitura Municipal.
Em fevereiro de 2014, a Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) inaugurou o Galpão de Triagem de Resíduos Recicláveis, no Benedito Bentes, sob gestão da Cooprel.
São 55 os catadores beneficiados pela parceria e atuando no galpão, edificado com recursos do governo federal. De acordo com a prefeitura, o Benedito Bentes é o primeiro bairro a contar com coleta seletiva “em sua totalidade” do lixo produzido pelos seus moradores.

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