O lixo que preocupa os prefeitos


Fonte: http://gazetaweb.globo.com/

13/01/2016 09h36

A prefeita de Campo Alegre, Pauline Pereira, fez um pronunciamento muito importante alertando que os municípios não têm condições de bancar sozinhos a instalação de aterros sanitários para dar fim aos lixões. Segundo ela, será preciso recursos específicos para que o problema seja resolvido. Em meio à discussão, vale lembrar que, em 2009, o governo federal disponibilizou do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) linha de crédito especial no montante de R$ 1,5 bilhão para financiamento desses projetos. Poucos prefeitos se interessaram. Hoje, com o afunilamento do prazo para que os prefeitos apresentem projetos de destinação dos resíduos sólidos gerados pelas cidades e com as penalidades previstas, se preocupam e alegam que não têm recursos. Em meio à preocupação dos prefeitos, vale lembrar que, em Alagoas, existem dois empreendimentos que estão disponíveis para receber o lixo das cidades. Um funciona na região metropolitana de Maceió, na cidade do Pilar, e é privado; o outro, que é mais viável, por ser mais barato, é o Consórcio Intermunicipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (Cigres), que funciona em Olho d’Água das Flores. O Cigres tem a vantagem de ser administrado por prefeitos e não ter fins lucrativos, barateando assim os custos. Atualmente, o Cigres possui 19 consorciados, mas está aberto a adesões. 


PRAZO
O prazo para o fim dos lixões é 2018, mas a responsabilidade, caso o prazo não seja cumprido, paira sobre os atuais prefeitos. O Plano Estadual de Resíduos Sólidos foi apresentado depois de várias audiências públicas realizadas. O Ministério Público Estadual e os órgãos ambientais estão acompanhando de perto o crescimento dos lixões e a falta de projetos nos municípios.

SERTÃO
O Cigres, que detém o gerenciamento do aterro sanitários em Olho d‘Água das Flores, é um exemplo de que a união dos prefeitos, sem interesses políticos, pode resolver muitos problemas. O aterro sanitário está dentro de todos os critérios ambientais exigidos e funcionando plenamente aos municípios consorciados.

ADESÃO
São 19 municípios consorciados ao Cigres, mas, segundo o prefeito de Monteirópolis, Elmo Medeiros, presidente do consórcio, o empreendimento está aberto a todos que desejem destinar o lixo de suas cidades. O consórcio estuda também a instalação de estação de transbordo no Agreste, para atender à grande Arapiraca, que sofre com a falta de aterro sanitário.

LITORAL NORTE
A atividade turística tem gerado uma grande quantidade de lixo na região Norte de Alagoas, principalmente nas cidades litorâneas. O segundo polo de turismo de Alagoas, Maragogi, sofre com esse problema, já que a população da cidade praticamente triplica na alta estação. O projeto de instalação de um aterro sanitário na região está atrasado dez anos devido à falta de entendimento entre os prefeitos.

MARAGOGI
A quantidade de lixo produzida pelos veranistas em Maragogi é algo assustador. Segundo informação apurada pela coluna junto à prefeitura, a situação é tão grave que existe a necessidade do recolhimento do lixo duas vezes por dia. Os veranistas ocupam casas alugadas com até 40 pessoas. O lixo se acumula durante o dia, em algumas casas, como se fosse um prédio de quatro andares.