Ruas de Maceió têm cerca de 200 pontos crônicos de lixo, aponta Slum


Autor: Pedro Ferro
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/

09/06/2016 09h22

O descarte irregular de lixo tem causado problemas para moradores de diversos bairros de Maceió. Mesmo com a limpeza diária em alguns locais, os resíduos voltam a ser descartados com frequência, provocando o surgimento de cerca de 200 pontos de lixo crônicos somente na capital, de acordo com mapeamento feito pela Diretoria de Operações da Superintendência de Limpeza urbana de Maceió.

Segundo o órgão, esses locais surgem por meio do descarte de resíduos no meio da rua, tais como móveis velhos, materiais de construção, animais mortos, entre outros. Além disso, há também a ação de carroceiros, que despejam metralhas de forma aleatória, transformando as vias em verdadeiros lixões. 

A Gazetaweb flagrou alguns pontos de lixo crônico na capital. A maioria deles invade as calçadas e as ruas, impedindo a passagem de pedestres e dificultando o trânsito de veículos. 

Como é o caso do ponto de lixo crônico que vem incomodando os moradores do bairro da Pajuçara, mais precisamente na rua Dr. Zeferino Rodrigues. Segundo moradores e comerciantes da rua, o entulho - que é descartado na calçada de uma empresa - passou a invadir a rua e têm provocado o aparecimento de insetos e a proliferação de doenças na região, além deixar o local com um cheiro insuportável.

De acordo com o morador Adilson Silva, no local existem diversos criadouros do mosquito Aedes aegypti e vários moradores já contraíram doenças transmitidas pelo inseto, inclusive, a esposa dele foi diagnosticada com a febre chikungunya.

Ainda segundo Adilson, ele já foi ameaçado por carroceiros que realizam o descarte de lixo naquela localidade. "Eu estava na porta quando observei um carroceiro lançando lixo e pedi para que ele colocasse em outro lugar. Ele perguntou se eu queria 'tomar um tiro' e se eu era o dono da rua. Apreensivo, recuei e entrei em minha residência", informou.

A Escola Estadual Benedito de Moraes fica situada em frente ao local onde é feito o descarte de resíduos. Segundo uma secretária da instituição, ela foi diagnosticada com dengue e muitos alunos já adoeceram.

Outro ponto crônico do descarte de lixo está situado na Avenida Cid Scala, no bairro de Mangabeiras. Na localidade, aproximadamente 100 metros de resíduos ficam espalhados com frequência, mesmo após as limpezas constantes realizadas pela prefeitura. 

Segundo moradores, diariamente, carroceiros e frentistas despejam entulhos na localidade e o lixo acaba atrapalhando o trânsito. 

Nesta mesma rua, moradores do residencial Mangabeiras instalaram uma cerca na parte de trás do condomínio para que seja erguido um jardim, o que seria a esperança para o fim do descarte irregular de lixo no local.

Outros locais, além de atrapalhar o trânsito, pedestres são impedidos de transitar pela calçada. Na Rua Santa Amélia, no bairro da Jatiúca, a calçada da lateral da Escola Estadual Mota Trigueiros vive tomada pelo acúmulo de lixo. 

O morador Edivaldo Lima informou à Gazetaweb que o entulho também tem acumulado água e virado foco de proliferação do Aedes aegypti. De acordo com ele, várias pessoas já contraíram doenças transmitidas pelo inseto na região. "Há muito tempo que a calçada é tomada pelo lixo. Muitas pessoas que moram próximo contraem doenças. A senhora da casa da frente está com chikungunya e, na rua, várias pessoas já tiveram o zika vírus", desabafa.

Ainda segundo Edivaldo, a maior parte do lixo depositado na calçada é jogada por carroceiros e avícolas da região, que despejam restos de animais mortos na região. "Várias pessoas vêm até aqui com carroças e jogam os entulhos. Em alguns casos, são funcionários de avícolas que jogam restos de animais e lixo comum", informou.

Entre os locais mapeados, a Diretoria de Operações da Slum aponta como mais críticos os seguintes pontos: Avenida Zeferino Rodrigues, Poço; Rua Cel. Adauto Gomes Barbosa, na Jatiúca; Rua Marquês do Pombal, no Vergel do Lago; Avenida Cid Scala, no Poço; e Dique Estrada, no Vergel do Lago. 

Segundo a assessoria da Slum, estes locais recebem limpeza diária entre serviços manuais e mecanizados, com o auxílio de pá carregadeira e caçambas. A Superintendência realiza, ainda, ações de fiscalização de rua para notificar quem for flagrado descartando lixo inadequadamente. Este trabalho é diário e apura denúncias registradas pela população por meio do Disque Limpeza ou pela página da Prefeitura na internet, nos canais já citados por onde o cidadão pode relatar situações de forma anônima. 

Ainda segundo a assessoria, projetos estão sendo elaborados, em conjunto com ações operacionais de educação ambiental e de fiscalização para que essa prática seja extinta. Um dos projetos que já está funcionando é o Ecoponto, situado na rua Campos Teixeira, no bairro da Ponta da Terra. Mais nove Ecopontos estão sendo implantados na capital.

A denúncia do descarte ilegal de lixo pode ser feita por meio do Disque Limpeza 3315-2600 ou pelo www.maceio.al.gov.br/Slum/fale-conosco.