A DISPUTA PELO LIXO
O investimento que empresas privadas estão realizando na construção e operacionalização de aterros sanitários é fruto da exigência do decreto presidencial 12.305/10, que determina o fim dos lixões e a destinação do lixo das cidades para aterros sanitários devidamente credenciados. Pensando em faturar milhões das prefeituras, essas empresas estão se proliferando em todo País da noite para o dia, criando aterros sanitários em áreas estratégicas. Em Alagoas dois empreendimentos privados foram criados com esse objetivo, tirando proveito da pressão que os prefeitos estão sofrendo para cumprirem a lei. Um desses aterros foi criado na cidade do Pilar, denominado de Central de Tratamento de Resíduos (CTR), e outro no Agreste, no município de Craíbas. Entretanto, muitos prefeitos estão questionando a privatização desse serviço e são contra a pressão que vêm sofrendo para levar o lixo para o aterro privado que se instalou na região. O mesmo caso ocorre no Vale do Paraíba, onde os gestores desejam a instalação de um aterro nos mesmos moldes do Consórcio Intermunicipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (Cigres), onde os prefeitos têm participação direta na administração. O problema se transformou numa questão política, já que muitos gestores acusam essas empresas de estarem ligadas a grupos políticos adversários. O impasse poderá gerar uma reviravolta, sendo criados outros aterros sanitários, na mesma região, com financiamento público e até privado. Será a concorrência pelo lixo.
CONAGRESTE
O presidente do Consórcio do Agreste (Conagreste), Ediel Leite, disse que o aterro possui 20 associados, mas atualmente oito estão levando os resíduos para os aterros e, nos próximos dias, mais oito estarão levando o material para estações de transbordo. Com relação às críticas de que o empreendimento é operacionalizado por uma empresa ligada a adversários políticos, ele diz que isso não pode interferir numa atividade ambiental tão importante.
CONAGRESTE 2
O Conagreste hoje é operacionalizado por uma empresa privada que investiu recursos financiados no Banco do Nordeste para viabilizar o cumprimento do decreto presidencial 12.105/10. Segundo um dos diretores da empresa, todo processo foi realizado de forma legal e dentro das normas ambientais.
CIGRES
Os prefeitos que questionam o investimento privado no Agreste e no Vale do Paraíba, o formato ideal de gestão dos aterros sanitários seria como vem sendo realizado pelo Cigres, em Olho d’Água das Flores. Para eles, é a forma mais correta, já que os gestores podem participar de maneira igualitária da administração do aterro, que pertence a todos, diferentemente do privado, que uma empresa é a dona do empreendimento.