ENTIDADES COBRAM SOLUÇÃO DURADOURA


Fonte: http://gazetaweb.globo.com/

20/07/2017 09h38

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL), vai iniciar a campanha “Salve a Praia da Avenida!”, que vai discutir medidas para despoluir o Riacho Salgadinho e revitalizar a praia e todo o bairro de Jaraguá.
“Nós vamos cobrar que se cumpra a promessa feita para despoluir o Salgadinho e vamos também apresentar uma solução. Qualquer problema dessa natureza para se resolver, tem que se priorizar”, afirma Fernando Dacal, presidente do Crea. Ele conta que há um projeto que prevê a despoluição da Praia da Avenida, onde deságua todo o dejeto vindo dos treze quilômetros do Riacho Reginaldo.
“O projeto de engenharia que será apresentado vai evitar que o lixo, quando o tempo tiver seco, chegue à Praia da Avenida. Nosso movimento vai cobrar do poder público que tome medidas. É um problema que impacta na saúde, impacta no turismo”, disse o engenheiro, presidente do Crea.

JARDINS FILTRANTES

A Gazeta de Alagoas entrou em contato com a Prefeitura de Maceió para saber quais as ações que estão sendo desenvolvidas para minimizar a despoluição do Riacho Salgadinho. Em nota, as secretarias municipais de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet), de Desenvolvimento Sustentável (Semds) e a Superintendência de Limpeza Urbana (Slum) afirmam que vêm trabalhando para minimizar a degradação do Riacho Salgadinho com ações periódicas.
Entre elas, a limpeza mecanizada com escavadeiras hidráulicas, barreiras de contenção de lixo, retirada do lixo localizado no riacho, arborização e jardinagem no entorno, que auxiliam na redução do descarte inadequado de resíduos no local.
De acordo com Hugo Felipe, diretor de Licenciamento Ambiental da Sedet, “o processo de criação dos chamados ‘jardins filtrantes’ no Riacho Salgadinho tem o objetivo de despoluir as águas, filtrando os efluentes decorrentes do despejo de lixo industrial e residencial, por meio da reação química das próprias plantas (fitorestauração dos efluentes pelas raízes dos vegetais), de modo a garantir a sustentabilidade do meio ambiente e ainda agregar o paisagismo à solução ambiental.
“Toda a área será beneficiada com passarelas, decks de convivência, plataformas para limpeza e manutenção do canal, ciclovias, além da construção de dois quilômetros de calçadas acessíveis. Para maior eficiência do projeto dos jardins filtrantes, é de fundamental importância que a obra de urbanização do Vale do Reginaldo seja concluída e acompanhada de uma campanha permanente de educação ambiental, com o objetivo de orientar a comunidade sobre o lançamento de esgoto e lixo no Vale do Reginaldo e, consequentemente, no Riacho do Salgadinho”, afirma em nota o diretor de Licenciamento Ambiental.
“Inicialmente, os taludes do leito do Riacho Salgadinho devem ser recuperados, posteriormente o projeto dos jardins filtrantes poderá ter sua implantação iniciada. Com sua conclusão, estima-se tratar cerca de 20% da carga orgânica existente atualmente. Outras ações como limpeza do canal, arborização, jardinagem e retirada do lixo já estão sendo executadas pela Prefeitura de Maceió”, completa a nota.

FORÇA-TAREFA DO MPE

Criada em fevereiro deste ano pelo Ministério Público Estadual, a Força-tarefa da Bacia Hidrográfica do Rio Reginaldo tem como integrantes os promotores de Justiça Antônio Jorge Sodré, Alberto Fonseca e Lavínia Fragoso.
“Quando eu assumi a procuradoria-geral de Justiça eu convidei três promotores da área ambiental e solicitei que fizessem, sob a minha responsabilidade também, uma força-tarefa direcionada a minimizar e encontrar soluções definitivas juntamente com o poder público para a questão do Riacho Salgadinho. É uma vergonha para uma capital turística como Maceió ter uma podridão daquela sendo despejada diariamente no mar da Praia da Avenida”, declara o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça.
O procurador-geral de Justiça lembrou ainda que “aquele mar de porqueira” fica defronte ao prédio do Ministério Público Estadual, no Poço. Alfredo Gaspar completa que o órgão não poderia ficar inerte a um cenário de total desrespeito ao meio ambiente e que não quer paliativo não, é preciso uma intervenção séria.
“Os promotores fizeram as convocações do poder público estadual e municipal e estão traçando estratégias conjuntas para solução do problema. Claro que não é tão simples, vem sendo despejado esgoto desde o início da bacia até a Praia da Avenida. As encostas todas ocupadas, sem saneamento. Um solo urbano completamente desordenado, mas essa omissão não pode continuar. Daí os promotores estão traçando planos e os projetos estão em andamento. Já houve várias reuniões, já tivemos encaminhamentos diversos e feitas recomendações”, diz.
“O Ministério Público vai cobrar responsabilidade para minimizar o problema, isso é uma questão de honra. Acabar com essa história de jogar a culpa no outro e cada um tomar para si a responsabilidade. Nós precisamos de mais ação e menos hipocrisia”, avisa o procurador-geral de Justiça.