Saneamento só alcança 26% em AL


Fonte: http://gazetaweb.globo.com/

26/09/2017 09h39

As informações contidas em um documento produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA), e divulgadas no último fim de semana, fragilizam Alagoas, em cenário nacional, pela ausência de ações que garantam o saneamento básico. O Atlas Esgotos – Despoluição de Bacias Hidrográficas revela que 74% da população alagoana da área urbana está exposta a esgoto a céu aberto.

Isso significa que três em cada quatro alagoanos dessa região vivem em moradias que não têm coleta e tratamento de esgoto. 

Os números mostram que, de uma população urbana que soma 2,4 milhões de habitantes, Alagoas só consegue atender a 26% desse total com coleta de esgoto e só 17% com o devido tratamento desses resíduos. O percentual da parcela da população com rede tratada e coletada alcança 64%, conforme a agência.

Em relação ao Nordeste, Alagoas figura entre os três estados com a pior cobertura na rede coletora de esgoto. Fica na frente apenas do Piauí (12% de coleta e 10% de tratamento) e do Maranhão (17% de coleta e apenas 4% de tratamento de esgoto).

O relatório da ANA mostra que as redes coletoras de esgotos alcançam 61,4% da população urbana brasileira, restando 65,1 milhões de pessoas nas cidades do País que não dispõem de sistema coletivo para afastamento dos esgotos sanitários. Destaca também que nem todo esgoto coletado é conduzido a uma estação de tratamento.

De acordo com a ANA, os esgotos não coletados têm destinos diversos, como encaminhamento para fossas sépticas, lançamento em rede de águas pluviais ou em sarjetas, disposição direta no solo ou nos corpos d’água. Para a agência, a solução individual com fossa séptica diminui o impacto do lançamento desses efluentes nos corpos hídricos, quando executada adequadamente e em condições propícias.

O relatório aponta que, de toda a carga orgânica poluidora (material que inclui fezes e urina) gerada diariamente em Alagoas (131 toneladas), apenas 21,7 toneladas são removidas com a infraestrutura de tratamento de esgotos existente nas sedes dos municípios brasileiros. O mais grave é que 81,2 toneladas não são tratadas e acabam sendo despejadas em locais inadequados. Só 16,1 toneladas da carga orgânica não coletada seguem para solução individual.